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Dieta Mediterrânea | Althum

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O Mediterrâneo não é apenas uma geografia ou um mar. De tempos ancestrais permanecem mitologias, alfabetos, idiomas, religiões, cidades, agriculturas, mercados, festividades, conhecimentos científicos e modelos artísticos. E também um estilo de vida, a diaita dos gregos, que moldou comportamentos sociais e um padrão alimentar baseado na proximidade produtiva e na sanzonalidade, na variedade e riqueza nutricionais. A alimentação mediterrânica foi colocada em evidência pela investigação fisiológica e reconhecida como de excelência pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ao longo de mais de três milénios, gentes do oriente e ocidente mediterrânicos construíram extraordinárias civilizações, estudadas com detalhe em todos os compêndios e enciclopédias de História Universal. Elas foram a nossa identidade primordial, a certidão da origem do que hoje somos como país e como nação, o que fez de Portugal um «cais do velho mundo».
Sobre este mundo antigo escreveram-se milhares de livros, muitos mais se irão escrever. O conhecimento do passado é e continuará a ser uma fonte inesgotável de conhecimentos indispensáveis ao entendimento dos problemas actuais e ao progresso do mundo.
Temos consciência de que nos encontramos perante um território povoado de questões complexas que se enquadram na História da Alimentação, com enfoques biológicos, bioquímicos, zoológicos, botânicos, agrícolas, médicos, nutricionais, históricos, antropológicos, sociológicos, semióticos, psicológicos, económicos e políticos.
Existem muitas e diferentes interpretações de uma realidade que está longe de facilitar sínteses.
A agricultura e os mercados urbanos, as viagens e as colonizações estão na origem de uma unidade geocultural onde se impôs a simbologia do cereal, da oliveira e da vinha. Os homens com os seus arados e enxadas esculpiram as paisagens que fazem hoje parte do património da humanidade.
Durante os últimos três anos, com enorme interesse, contactámos diariamente com as questões da «mediterraneidade» no contexto da preparação da candidatura da «dieta mediterrânica» à inscrição na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, e também nas acções de salvaguarda, valorização e divulgação.
Mas este livro não se centrará no trabalho dessa candidatura bem-sucedida, nem sequer no interessante quotidiano partilhado com instituições, especialistas e populações.
Os textos que se seguem, que procurámos acessíveis a todos, partem de interrogações, dúvidas e problemáticas levantadas pela complexidade das temáticas que integram o que designaremos por «dieta mediterrânica». Partimos em busca de um universo simbólico e vivencial procurando encontrar respostas para os naturais questionamentos que a actualidade nos coloca, com a noção de que muitos dos problemas ainda não têm resposta completa.
O universo mediterrânico, detentor de enorme riqueza biológica e natural, modelou paisagens culturais, estruturou as três grandes religiões monoteístas, construiu um urbanismo particular e as vivências quotidianas das grandes e pequenas urbes, desenvolveu agriculturas, as ciências e as artes, marcou o tempo e as festividades cíclicas, desenvolveu formas de vida colectiva e o grande mercado que atravessou os mares de todos os continentes criando a mestiçagem.
A «civilização Ocidental» é a grande herança espiritual desse mundo mediterrânico.

Jorge Queiroz

Autor: Jorge Queiroz.
Edição: Althum.
Idioma: Português.
Páginas: 256, capa mole.
Dimensões: 17 x 23,8 x 1,7 cm.
Peso: 726 g.