Salazar
Não é um exclusivo português este utensílio de cozinha, próprio para rapar tigelas e tachos, evitando o desperdício. Mas em Portugal ganhou estatuto simbólico, baptizado popularmente como “Salazar”. De facto, António de Oliveira Salazar, o ditador que governou país durante 40 anos, era um homem que apregoava a sua pobreza, chegando a afirmar que “um povo que tenha a coragem de ser pobre é um povo invencível”. E enquanto a cartilha salazarista usava e abusava na sua propaganda de adjectivos como modesto, humilde, suficiente, singelo, remediado ou poupado, no dia-a-dia crescia o anedoctário popular inspirado pela lendária avareza do Presidente do Conselho. O “Salazar” é o melhor dos seus exemplos.